quinta-feira, 6 de junho de 2013


AS MIL E UMA EQUAÇÕES

ESTUDO DA OBRA

ENREDO: As mil e uma equações narra as aventuras de três amigos que se envolvem em uma história das arábias. Ahmed, Kamal e Najla, três jovens aventureiros, se veem às voltas com o poderoso emir Mustafa Al Malik e participam de sua caravana pelos desertos da Arábia. Eles conhecem o famoso matemático Omar Ibn Sinan, que, a título de diversão, propõe divertidas recreações matemáticas durante a viagem. O trio ainda participa como coadjuvante numa disputa entre dois pretendentes pela mão da princesa, filha do emir, por meio de um torneio intelectual. Em meio a todas essas aventuras, o trio tem de resolver intrincados problemas matemáticos propostos por Omar Ibn Sinan. São questões práticas, tais como a que preço um determinado comerciante deve vender suas cabras ou qual a melhor maneira de construir uma cerca em certo terreno. As personagens elaboram um método para solucionar equações do segundo grau, chegando a desenvolver uma fórmula — a famosa fórmula de Bháskara.

A narrativa é uma ficção dentro de outra ficção, já que ao final do livro descobre-se que as aventuras vividas por Kamal, Ahmed e Najla na verdade faziam parte de um filme sobre a História da Matemática. O filme foi interrompido pelo produtor por estar cheio de informações ‘furadas’.

OBJETIVO DA OBRA: O autor tem como objetivo facilitar a aprendizagem das equações de segundo grau. Desse modo, a história dos três jovens funciona apenas como fator de contextualização das questões matemáticas que são resolvidas ao longo da  narrativa.

APRENDIZAGEM INTERDISCIPLINAR: A narrativa aborda questões interessantes como a influência do povo muçulmano na matemática, os perigos porque passam os viajantes nas caravanas que atravessam os desertos, dentre estes, as condições climáticas adversas,  o tráfico de pessoas, entre outros. É necessário, portanto, estar preparado para questões que abordem esses aspectos e que podem ser cobradas na avaliação do paradidático.

O título da obra estabelece, ainda, uma relação com os contos das mil e uma noites,   uma coleção de histórias e contos populares originárias do Médio Oriente e do sul da Ásia e compiladas em língua árabe a partir do século IX. No mundo ocidental, a obra passou a ser amplamente conhecida a partir de uma tradução ao francês realizada em 1704 pelo orientalista Antoine Galland, transformando-se num clássico da literatura mundial.

As histórias que compõem as Mil e uma noites tem várias origens, incluindo o folclore indiano, persa e árabe. Não existe uma versão definida da obra, uma vez que os antigos manuscritos árabes diferem no número e no conjunto de contos. O que é invariável nas distintas versões é que os contos estão organizados como uma série de histórias em cadeia narrados por Xerazade, esposa do rei Xariar. Este rei, louco por haver sido traído por sua primeira esposa, desposa uma noiva diferente todas as noites, mandando-as matar na manhã seguinte. Xerazade consegue escapar a esse destino contando histórias maravilhosas sobre diversos temas que captam a curiosidade do rei. Ao amanhecer, Xerazade interrompe cada conto para continuá-lo na noite seguinte, o que a mantém viva ao longo de várias noites - as mil e uma do título - ao fim das quais o rei já se arrependeu de seu comportamento e desistiu de executá-la.

 

 

QUEM É QUEM

Ø Personagens principais da narrativa, Najla, Kamal e Ahmed  eram três jovens que viviam em uma pequena cidade onde confeccionavam tecidos. A caravana de comerciantes da qual faziam parte foi assaltada enquanto atravessavam o deserto. Não foram mortos pelos ladrões porque estes tinham a intenção de vendê-los no mercado de escravos.

 

Ø Kamal – o mais emocionalmente controlado dos três amigos.  Teve sangue-frio para enfrentar as situações difíceis  ao longo da narrativa.  A faca que escondera na bota que calçava serviu para cortar os nós das cordas que os prendiam, permitindo-lhes fugir dos ladrões.

 

Ø Ahmed – inseguro, sempre assustado, mas foi ele que conseguiu retirar das botas de Kamal uma faca. Foi também Ahmed quem cortou as cordas. No deserto, após a fuga, no desespero da sede, o jovem Ahmed sofreu com as miragens.

 

Ø Najla – jovem de rara inteligência, também sofreu muito com as miragens no deserto.

 

Ø Omar ibn-Sinan – velhinho simpático, um matemático de grande reputação, que se divertia inventando quebra-cabeças para os viajantes resolverem. Fazia parte da caravana do emir Mustafa Al-Malik . Foi essa caravana que encontrou os jovens no deserto, derrotados pelo calor, pela sede e pela fome. Omar ibn-Sinan levou os jovens à presença do emir.

 

Ø Mustafa Al-Malik – o emir. Ele mandou que os jovens fossem alimentados e que seguissem em companhia de sua caravana a fim de que se mantivessem protegidos de outros ataques.

 

Ø Núria – a princesa filha do emir. Seria disputada por dois pretendentes e se casaria com um deles.

 

Ø Khalil – um dos pretendentes da princesa Núria, viajava junto a ela na caravana do emir. Era o príncipe de um emirado vizinho ao do emir Mustafa Al-Malik.  Najla achou que havia algo de errado com  príncipe tão logo o conheceu. Ela estava certa, pois se descobriu que o príncipe Khalil planejava a morte do emir.

 

Ø Tarik – príncipe filho de um grande aliado do pai de Núria. Pretendia disputar a mão da princesa com Khalil. Ele venceu a disputa.

 

Ø Jorge (ator que interpreta Kamal)

 

Ø Isabela (atriz que interpreta Najla)

 

Ø Miguel (ator que interpreta Ahmed)

 

Ø Produtor do filme: interrompe as filmagens, uma vez que havia informações no roteiro que não condiziam com a época em que a história se passava.

 

VOCABULÁRIO RELACIONADO PELOS ALUNOS NOS PORTFÓLIOS

Atenção: o vocabulário relacionado representa apenas um levantamento das palavras que mais apareceram nos portfólios, não havendo a obrigatoriedade de estas serem cobradas na avaliação. Assim como estas, qualquer outra palavra da narrativa poderá ser cobrada nas questões do vocabulário. ( Os sinônimos desta relação estão adequados ao contexto em  que aparecem na narrativa.)

 

1. Caravana -  grupo de viajantes

2. Árdua -  penosa, sofrida

3. Prudente – sensato

4. Ecoavam- ressoavam

5. Safanão – gesto brusco

6. Adaga – pequena espada

7. Esboçou -  delineou

8. Pernoitar – passar a noite

9. Monótona- invariável , cansativa

10.           Rubra-  vermelha

11.           Implacável – inclemente

12.           Escaldantes – muito quentes

13.           Causticante -  que castigava

14.            Convicção – certeza

15.           Tentativa vã – inútil

16.           Olhos esbugalhados – muito abertos

17.           Impassível – indiferente

18.            Inigualáveis – que não podem ser igualadas

19.           Embasbacada – admirada

20.           Balbuciou – pronunciou fracamente

21.           Frustração – decepção

22.           Estatelada- estática

23.           Reverência -  saudação respeitosa

24.           Desenvolto -  extrovertido, falante

25.           Titubeou – hesitou

26.           Ameno – agradável

27.           Afável – cordial, gentil

28.           Ladino – sagaz, astucioso

29.           Provisionada – abastecida, assistida

30.           Lisura – honestidade, transparência

 

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

(Dez questões sobre o mundo muçulmano)

I - O livro se inicia falando sobre os muçulmanos. Mas afinal, o que é um muçulmano?

1. O que é islamismo, Islã e muçulmano?
O islamismo é a religião fundada pelo profeta Maomé no início do século VII, na região da Arábia. O Islã é o conjunto dos povos de civilização islâmica, que professam o islamismo; em resumo, é o mundo dos seguidores dessa religião. O muçulmano é o seguidor da fé islâmica, também chamado por alguns de islamita. O termo maometano às vezes é usado para se referir ao muçulmano, mas muitos rejeitam essa expressão - afinal, a religião seria de devoção a Deus, e não ao profeta Maomé.

2. De onde vem o termo Islã?
Em árabe, Islã significa "rendição" ou "submissão" e se refere à obrigação do muçulmano de seguir a vontade de Deus. O termo está ligado a outra palavra árabe, salam, que significa "paz" - o que reforça o caráter pacífico e tolerante da fé islâmica. O termo surgiu por obra do fundador do islamismo, o profeta Maomé, que dedicou a vida à tentativa de promover a paz em sua Arábia natal.

3. Todos os muçulmanos são árabes?
Esta é uma das mais famosas distorções a respeito do Islã. Na verdade, o Oriente Médio reúne somente cerca de 18% da população muçulmana no mundo - sendo que turcos, afegãos e iranianos (persas) não são sequer árabes. Outros 30% de muçulmanos estão no subcontinente indiano (Índia e Paquistão), 20% no norte da África, 17% no sudeste da Ásia e 10% na Rússia e na China. Há minorias muçulmanas em quase todas as partes do mundo, inclusive nos EUA (cerca de 6 milhões) e no Brasil (entre 1,5 milhão e 2 milhões). A maior comunidade islâmica do mundo vive na Indonésia.

4. As raízes do islamismo são conflitantes com as origens do cristianismo e judaísmo?
Não. Assim como as duas outras grandes religiões monoteístas, as raízes do islamismo vêm do profeta Abraão. O profeta Maomé, fundador do islamismo, seria descendente do primeiro filho de Abraão, Ismael. Moisés e Jesus seriam descendentes do filho mais novo de Abraão, Isaac. Abraão, o patriarca do judaísmo, estabeleceu as bases do que hoje é a cidade de Meca e construiu a Caaba - todos os muçulmanos se voltam a ela quando realizam suas orações.

5. Os muçulmanos acreditam num Deus diferente?
Não, pois Alá é simplesmente a palavra árabe para "Deus". A aceitação de um Deus único é idêntica à de judeus e cristãos. Deus tem o mesmo nome no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, e Alá é o mesmo Deus adorado pelos judeus, cristãos e muçulmanos.

6. Como alguém se torna muçulmano?
Não é preciso ter nascido muçulmano ou ser casado com um praticante da religião. Também não é necessário estudar ou se preparar especialmente para a conversão. Uma pessoa se torna muçulmana quando proferir, em árabe e diante de uma testemunha, que "não há divindade além de Deus, e Mohammad é o Mensageiro de Deus". O processo de conversão extremamente simples é apontado como um dos motivos para a rápida expansão do islamismo pelo mundo. A jornada para a prática completa da fé, contudo, é muito mais complexa. Nessa tarefa, outros muçulmanos devem ajudar no ensinamento.

7. Os muçulmanos praticam uma religião violenta ou extremista?
Uma minoria entre os cerca de 1,3 bilhão de praticantes da religião é adepta de interpretações radicais dos ensinamentos de Maomé. Entre eles, a violência contra outros povos e religiões é considerada uma forma de garantir a sobrevivência do Islã em seu estado puro. Para a maioria dos seguidores do islamismo, contudo, a religião muçulmana é de paz e tolerância.

8. O Islã oprime a mulher?
A base da religião muçulmana não determina qualquer tipo de discriminação grave contra a mulher. No entanto, as interpretações radicais das escrituras deram origem a casos brutais. A opressão contra a mulher é comum nos países que seguem com rigor a Sharia, a lei islâmica, e têm tradições contrárias à libertação da mulher. Assim, o problema da opressão à mulher muçulmana não é causado pela crença islâmica em si - ele surgiu em culturas que incorporaram tradições prejudiciais às mulheres. Um ótimo exemplo disso é o fato de que o uso de véus e a adoção de outros costumes que causam estranheza no Ocidente muitas vezes são mantidos por mulheres mesmo quando não há nenhuma obrigação. Ou seja: os hábitos estão integrados às culturas, não necessariamente à religião.

9. Os muçulmanos são mais atrasados do que os povos ocidentais?
Durante séculos, as civilizações do Islã foram muito superiores às ocidentais. A combinação de idéias orientais e ocidentais provocou grandes avanços na Medicina, Matemática, Física, Arquitetura e Artes, entre outras áreas. Muitos elementos importantes para o avanço do homem, como os instrumentos de navegação marítima e os sistemas algébricos, surgiram no Islã. Nos últimos séculos, contudo, os povos do ocidente conquistaram a supremacia das novas descobertas. A religião islâmica não pode ser apontada como origem do abismo crescente entre algumas potências do Ocidente e alguns países subdesenvolvidos do Islã. O fundamentalismo muçulmano, contudo, é visto por muitos especialistas como enorme barreira ao avanço destes povos orientais.

10.           O Islã é um obstáculo para a democracia?
Os especialistas se dividem em relação a esse assunto. Para muitos, a religião e cultura islâmica formou sociedades em que os princípios democráticos não ganham espaço nem atraem as pessoas. Quem acredita nessa linha de pensamento considera que é inútil tentar impor regimes democráticos no Islã - a própria população não estaria disposta a abraçar a mudança. Mas outros analistas dizem que o islamismo não impede o florescimento da democracia, e que os países muçulmanos têm ditaduras e monarquias por causa de outros fatores. Seja qual for a explicação, o fato é que as democracias são raras no Islã: só a Indonésia, a Turquia e Bangladesh têm esse tipo de regime.

http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/islamismo/perguntas.html

 

 

 

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