domingo, 16 de junho de 2013

Aplicando o Teorema de Pitágoras em uma situação-problema


Situação problema


Utilizando atividades apresentadas no caderno do aluno, 8º ano, volume 4 de Matemática do currículo oficial do Estado de São Paulo, propõe-se  o emprego das idéias de  Polya na resolução de problemas para construir um caminho capaz de levar o aluno a enxergar a relação que existe entre a área de um quadrado construído sobre a hipotenusa e as áreas dos quadrados construídos sobre os catetos de um triângulo retângulo e, desta forma, fornecer subsídios para que o aluno possa aproveitar  de forma mais consistente e significativa dos diversos conceitos métricos, associados a polígonos.

Seguindo uma sequência de atividades que tiram proveito em uma perspectiva histórica da analise de fatos relacionados a padrões numéricos e geométricos que, por sua vez, tornam-se argumentos em sua demonstração, trabalhando com diversos exercícios que permitem a identificação e aplicação do Teorema de Pitágoras em situações contextualizadas.

Devido a sua grande abrangência, podemos reconhecer sua aplicabilidade na trigonometria, na geometria e na geometria espacial métrica, sendo muito importante para a compreensão de diversos assuntos que serão apresentados ao longo de sua escolaridade, sendo utilizado tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio.

Uma caixa de papelão tem o formato de um paralelepípedo reto-retângulo com 24 cm de comprimento, 18 cm de largura e 40 cm de altura, conforme figura a seguir. Encontre a medida do segmento AB, também, chamado de diagonal do prisma.

 
Para esta situação problema será utilizada uma caixa de papelão que o aluno possa manusear verificar suas medidas, medindo ou estimando o comprimento da informação que procura, tornando desta forma, o problema mais interessante, concretizando na prática o resultado alcançado através de sua confirmação. 
v Primeiro passo: Compreender o problema
Neste passo deve ficar claro ao aluno todas as partes que compõem o enunciado do problema e qual o objetivo a ser alcançado. Leitura e interpretação constituem competências fundamentais para quem quer aprender a resolver problemas, portanto pode ser iniciado com alguns questionamentos que irão ajudá-lo a identificar e a relacionar cada uma destas partes para que possa atingir seu objetivo.
Ø  Dicas:
Qual é a incógnita?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de responder que o segmento AB, diagonal do paralelepípedo é a incógnita do problema.
Quais são os dados?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de responder que o comprimento, a largura e a altura do paralelepípedo são os dados do problema.
Pode ser adotada uma notação adequada? Qual letra usaria para denotar a incógnita, comprimento, largura e altura?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de responder  que sim e que x, a, b e c, podem ser usadas na notação.
Qual é a condicionante que relaciona x com a, b e c?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de responder que a, b e c são as dimensões de um paralelepípedo, no qual x é a sua diagonal.
Este problema pode ser resolvido? A condicionante é suficiente para determinar a incógnita?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de responder que sim e que conhecendo a, b e c, conhecemos o paralelepípedo, portanto também podemos conhecer a sua diagonal.
 
v Segundo passo: Estabelecimento de um plano
Uma vez identificadas e relacionadas cada uma das partes, bem como o objetivo a ser alcançado, o passo seguinte é dar condições ao aluno para que este possa conhecer os cálculos que precisa executar para a obtenção da incógnita.
Criar um plano, conceber uma estratégia de execução é o passo mais importante na resolução de um problema, porém não é tarefa fácil, exige a mobilização de conhecimentos já adquiridos, a formulação de hipóteses sobre quais meios serão mais eficientes e muita persistência. 
Para auxiliar este processo de construção do raciocínio é necessário que o professor  possa agir de forma discreta, levantando questionamentos que naturalmente levarão o aluno a esta descoberta.
Ø    Dicas:
Conhece algum problema ou já resolveu algum exercício semelhante que tenha a mesma incógnita?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de associar este problema a aplicação do Teorema de Pitágoras, desenvolvido na atividade sete dos exercícios em anexo.
Aplicando o Teorema de Pitágoras, serão utilizados todos os dados? O resultado obtido será a diagonal do paralelepípedo?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de observar que aplicando o Teorema de Pitágoras ele vai encontrar a medida da diagonal da base que é a hipotenusa do triângulo de catetos iguais ao comprimento e a largura e perceber que ainda não utilizou a altura.
É possível aplicar essa nova informação no Teorema de Pitágoras para a obtenção da diagonal do paralelepípedo? Serão utilizados todos os dados? O resultado obtido será a diagonal do paralelepípedo?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de concluir que a diagonal da base, que é a incógnita de um problema auxiliar o qual foi introduzido, é um dos catetos do triângulo retângulo que tem como outro cateto a altura do paralelepípedo, e que a diagonal deste paralelepípedo nada mais é do que a hipotenusa do triângulo de catetos iguais a diagonal da base e altura do paralelepípedo.
 
 
v Terceiro passo: Execução do plano
Antes de executar o plano é necessário que o professor, destaque a importância e a necessidade da verificação de cada passo do seu raciocínio para a obtenção do resultado.
Este processo de verificação é muito importante, pois auxilia no desenvolvimento da capacidade de argumentação e análise do raciocínio lógico do aluno, contribuindo para que ele possa enxergar com maior clareza cada operação da execução de seu plano, sanar eventuais dúvidas e a corrigir erros que ainda possam existir.
Quando nada mais houver de obscuro, alguns questionamentos podem ser levantados.
Ø Dicas:
É possível verificar claramente que o plano está correto?
É possível demonstrar que ele está correto?
Resposta: Espera-se que o aluno através do direcionamento do professor seja capaz de adotar uma notação adequada e relacionar os dois triângulos através da introdução de um problema auxiliar cuja incógnita é y, dando um novo significado e dimensão ao problema, consolidando assim o aprendizado, conforme demonstração abaixo:
Temos:
 
Diagonal do triângulo da base: y^2 = a^2 + b^2 
Diagonal do paralelepípedo: x^2 = y^2 + c^2
Substituindo y^2 por a^2 + b^2, temos:
 
x^2 = a^2 + b^2 + c^2
x = raiz quadrada de a^2 + b^2 + c^2
 Substituindo os valores de a, b, c o aluno poderá verificar que o resultado obtido será o mesmo.
 
Uma vez verificado todos os passos e demonstrado que o plano está correto, o aluno terá mais confiança em executá-lo, sendo então necessária apenas paciência e atenção.
Na execução do plano espera-se que o aluno seja capaz de efetuar os seguintes cálculos:
 
y^2 = a^2 + b^2
y^2 = 24^2 + 18^2
y^2 = 576 + 324
y^2 = 900
y= 30
x^2 = y^2 + c^2
x^2 = 30^2 + 40^2
x^2 = 900 + 1600
x^2 = 2500
x = 50
 
v Quarto passo: Retrospecto
Tem como finalidade consolidar o aprendizado e aprimorar substancialmente a capacidade de resolver problemas, através da análise do plano desenvolvido até o resultado final.
Para o aluno deve ficar bastante claro que para cada problema podem ser executados diversos planos para a sua solução e que através de estudo e aprofundamento é possível aperfeiçoar a compreensão de um problema e consequentemente melhorar a sua resolução.
A fim de evidenciar a relação existente entre os problemas matemáticos, sua solução e estabelecer o maior número de relações entre elas, no retrospecto cria-se uma oportunidade legítima e natural de perceber tal relação e extrapolar para situações vivenciadas pelos alunos os passos e resultados obtidos, em um processo de construção e reconstrução do conhecimento.
Ø Dicas:
É possível verificar o resultado ou o método, em algum outro problema?
Resposta: Espera-se que o aluno seja capaz de criar, através do exercício da criatividade e da investigação, com base nos conhecimentos adquiridos, situações problemas com elementos do seu cotidiano em que seja possível a aplicação do que aprendeu, dando sentido e corpo a cada parte abstrata do problema os quais dificilmente serão esquecidas, concretizando assim o aprendizado.
 
 
 
 
 

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